terça-feira, 3 de agosto de 2010

LIVRO DE TEOLOGIA SISTEMATICA


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Lição 6 - Profetas Maiores e Menores


Lição 6 - Profetas Maiores e Menores


08 de agosto de 2010



TEXTO ÁUREO



"E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras" (Lc 24.27).

- O cumprimento das profecias não é um acidente, elas revelam os propósitos do Senhor. A morte e ressurreição de Jesus foram preditas nas Escrituras, como também, um chamado ao arrependimento e a remissão dos pecados. Os profetas sabiam que o Messias viria, embora não soubessem quando e como (Is 7.14; 9.6; 11.1; Dn 12.6,9). Moisés profetizou que um dia um profeta como ele apareceria; para os judeus, ninguém era maior do que Moisés, mas eles sabiam que Deus levantaria outro profeta como Moisés; quando os fariseus perguntaram se João Batista era o ‘profeta’ (Jo 1.21), eles se referiam a Dt 18.15: “ O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis;”.


VERDADE PRÁTICA

Embora sejam classificados em maiores e menores, os profetas do Antigo Testamento foram todos, de igual modo, inspirados verbal e plenariamente pelo Espírito Santo de Deus.



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE



Romanos 9.25-29



OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:



- Explicar a interpretação apostólica na citação de Oséias e Isaías;



- Classificar os livros proféticos da Bíblia, e



- Conscientizar-se de que conhecer a organização dos livros da Bíblia é requisito básico para o aprofundamento do conhecimento bíblico.




PALAVRA-CHAVE



LITERATURA: - Conjunto de trabalhos literários de um país ou época.



COMENTÁRIO


(I. INTRODUÇÃO)


Nossa lição de hoje objetiva despertar-nos a atenção para a organização do texto bíblico. Houve entre o povo os profetas orais, ou melhor, os que não escreveram suas mensagens, e os profetas literários, estes divididos em dois grupos: Profetas Maiores (cinco) e Profetas Menores (doze). Foram assim classificados por Agostinho[1] em virtude do volume de seus escritos. O estudo sistêmico das Escrituras é a chave para um fiel entendimento. Temos aprendido que os santos profetas falaram o que Deus queria transmitir à humanidade, e em muitos casos, encontramos oráculos que apontam um mesmo acontecimento sendo proferidos por profetas distintos, Sofonias e Jeremias, por exemplo. É preciso compreendermos a organização dos livros proféticos e, conseqüentemente, de toda a Bíblia, a fim de que tenhamos uma base firme para prosseguir nos estudos bíblicos e teológicos. Neste subsídio, faremos uma exegese do texto da Leitura Bíblica em Classe e um resumo dos livros proféticos. Boa aula!


(II. DESENVOLVIMENTO)


I. OSÉIAS - O PROFETA MENOR


1. Oséias em o Novo Testamento. Oséias (hb הוֹשֵׁעַ, Hošea, Salvação do/é o Senhor; gr Ὠσηέ, Ōsēe), profeta em Israel no século VIII a.C., filho de Beeri. Casado com a prostituta Gomer, filha de Diblaim, por ordem de Deus, viveu no Reino do Norte durante o período de 780 a 725 a.C. A vida familiar de Oséias refletia a relação ‘adúltera’ que Israel havia construído com os deuses cananeus. Os nomes de seus filhos lhes transformaram em profecias ambulantes da queda da dinastia dominante e do pacto rompido com Deus - de maneira muito semelhante ao profeta Isaías uma geração mais tarde. Oséias freqüentemente é visto como um ‘profeta do destino’, porém sob sua mensagem de destruição está uma promessa de restauração. O Talmude[2] (Pesachim 87a) alega que ele teria sido o maior profeta de sua geração (que incluiu o mais notório Isaías). Os escritos sagrados hebraicos são conhecidos como Tanakh, escritos em hebraico e em aramaico a partir do século XVI e até o século V a.C. Tanakh ou Tanach (hb תנ״ך) é um acrônimo[3] utilizado dentro do judaísmo para denominar seu conjunto principal de livros sagrados, sendo o mais próximo do que se pode chamar de uma Bíblia Judaica. O conteúdo do Tanakh é equivalente ao Antigo Testamento, porém com outra divisão. O Tanach é às vezes chamado de Mikrá (מקרא). Paulo fundamentava sua pregação e seu ensino na Torah (Lei) e nos Neviim (Profetas) e dizia que não pregava outra coisa senão o que “os profetas e Moisés disseram que devia acontecer” (At 26.22). Escrevendo aos Romanos (9.25), ele cita Oséias 2.23 e 1.10 que em sua composição original referem-se à restauração do Israel apóstata à Deus, para nos ensinar que há um Israel espiritual (a igreja) além de um Israel nacional fazendo referência ao texto do profeta. Ele faz referencia, ainda, à Is 10.22, 23 e 1.9 para falar da misericórdia divina em preservar um remanescente do Israel físico, não deixando a nação apóstata ser aniquilada. Ele claramente cita os livros proféticos em ordem sistêmica – Profetas Menores e Profetas Maiores.

2. A vocação dos gentios prevista em Oséias. A narrativa desse livro mostra a evidente misericórdia divina em seu tratamento com os gentios; Paulo defende seu ensino afirmando que nem todos os que são chamados para ser ‘vasos de misericórdia’ pertence ao Israel físico, mas ele via em Oséias a inclusão dos gentios (Rm 9.24-26). O apóstolo encarava as profecias do AT sobre a nação de Israel como realizadas na Igreja, o novo Israel espiritual.

3. A interpretação apostólica. ‘As Escrituras do NT descrevem Oséias como o responsável por ensinar a vida e o ministério de Cristo. Mateus vê em 11.1, uma profecia que foi cumprida quando Jesus, quando bebê, foi literalmente levado e trazido do Egito, um paralelo com a longa estada de Israel no Egito e o êxodo (Mt 2.15). O autor aos Hebreus acha em Jesus Aquele que capacita os crentes a oferecerem sacrifícios aceitáveis de louvor pelos quais nós nos tornamos recipientes do perdão misericordioso de Deus (Os 14.2; Hb 13.15). A Pedro, Jesus provê a base pela qual aqueles que estavam fora da família de Deus agora são admitidos a um relacionamento com Ele (Os 1.6,9; 1Pe 2.10). A Paulo, Jesus cumpre a promessa de Oséias de que alguém quebraria o poder da morte e da sepultura e traria a vitória da ressurreição (Os 13.14; 1Co 15.55). Os ensinamentos de Paulo acerca de Cristo como o noivo e a Igreja como noiva correspondem à cerimônia de casamento e os votos pelos quais Deus entra num permanente relacionamento com Israel (Os 2.19,20; Ef 5.25-32).’ Bíblia de Estudo Plenitude, SBB, p. 852.


SINÓPSE DO TÓPICO (1)

O livro de Oséias tem sua autoridade escriturística reconhecida pelo apóstolo Paulo, que vê neste livro prevista a vocação dos gentios como povo de Deus.


II. ISAÍAS - O PROFETA MAIOR


1. Explanação apostólica (v.27). Paulo aplica a profecia de Isaías 10. 22, 23 e 1.9 para confirmar que Deus, em sua misericórdia, preservou um remanescente do Israel físico. Se não houvesse agido assim, toda a nação apóstata teria perecido. Isaías profetizou que uns poucos judeus seriam salvos e Paulo, conhecedor dessa profecia, em todos os lugares que pregou, antes se dirigiu às Sinagogas e pregou aos judeus, embora, poucos aceitaram a mensagem do Evangelho. Romanos 9.27, 28 refere-se a Isaías 10.22, 23 e Romanos 9.29, a Isaías 1.9.

2. O cumprimento das promessas de Deus (v.28). Paulo trata da eleição de Israel no passado, da sua rejeição do evangelho no presente, e da sua salvação futura. Ele afirma que a promessa de Deus para Israel não falhou, ela era apenas para os fiéis da nação (Gn 12.1-3; 17.19). A maior parte dos judeus não pôde crer, porque suas decisões no tocante a Jesus produziram o seu endurecimento da parte de Deus. As promessas de Deus nunca deixam inalteradas as pessoas que se recusam a ouvir, arrepender-se e crer. O apóstolo Paulo diz que Israel foi afastado (quebrado) por causa da sua incredulidade (Rm 11.20; cf. Sl 95.8; Hb 3.8). Mesmo assim, o endurecimento não foi permanente para cada indivíduo naquela nação. Todo aquele que cria, recebia a vida eterna. Na realidade, muitos em Israel chegaram a crer depois do Pentecoste (At 2.41).

3. A graça de Deus prenunciada por Isaías (v.29). Paulo apresenta a idéia de uma descendência tirada de um grupo maior, como uma expressão da graça divina, fazendo alusão a Isaías 1.9. O destino das cidades impenitentes tipifica o terrível juízo divino contra os irreconciliáveis. Paulo argumenta, com isso, que todas as pessoas do mundo são condenáveis diante de Deus e adverte os judeus a reconhecerem a graça de Deus e a converterem-se ao Senhor, a fim de serem salvos (Rm 3.9,23,30; Gl 3.22).


SINÓPSE DO TÓPICO (2)

O profeta Isaías é referido pelo apóstolo como autoridade escriturística em relação à rejeição de Israel.


III. CLASSIFICAÇÃO DOS LIVROS PROFÉTICOS


O Antigo Testamento é a primeira das duas principais partes da Bíblia, e contém 39 livros, classificados em quatro grupos: Lei, Históricos, Poéticos e Proféticos. Essa ordem é padronizada, aqui, no ocidente, pois em outros cânones há alterações, ainda mais nos outros ramos do cristianismo como os católicos romanos, ortodoxos, armênios, etíopes, cópticos, siríacos e nestorianos, que incluem os livros apócrifos[4], e em alguns casos os pseudo-epígrafos[5]. O Antigo testamento Hebraico não contém os apócrifos, porém, estão arranjados de forma diferente.

1. Os Profetas Maiores. A ordem dos livros proféticos é um consenso de consideração quanto à extensão, data e autoria dos livros. Isaías, Jeremias e Ezequiel, obviamente os ‘profetas maiores’, estão listados em ordem cronológica no início da coleção. Apesar de o livro de Lamentações conter apenas cinco capítulos e o de Daniel doze, ambos pertencem ao grupo dos profetas maiores.

2. Os Profetas Menores. Os livros relativamente curtos, que na Bíblia Hebraica são tidos em conjunto como um único livro, seguem os Profetas Maiores sem uma ordem cronológica rígida.

3. A autoridade do ministério profético do Antigo Testamento na Nova Aliança. As palavras dos profetas são a mensagem de Deus ao seu povo. O assunto do Antigo Testamento é a redenção humana. O Antigo Testamento não é um tratado de Teologia Sistemática, mas a teologia está presente do começo ao fim, nos relatos históricos, nas poesias, nas profecias, nos preceitos morais e cerimoniais. É, portanto, a fonte de toda a teologia. Não é também um compêndio sistemático da fé de Israel em Deus, cujo clímax dessa revelação é Jesus (Jo 1.18). Toda a história do Antigo Testamento mostra como Deus operou no processo da redenção humana. Registra o relacionamento de Deus com o homem até que o plano de redenção fosse realizado na cruz do Calvário. O AT era aceito pelos primeiros cristãos como coletânea de livros inspirados por Deus (2 Tm 3.16). Os cristãos e os judeus preservaram o Antigo Testamento até os nossos dias. A Igreja usou essa parte das Escrituras para a evangelização no seus primeiros dias (At 17.2,3; 24.14; 26.22). O fato de esses cristãos serem judeus justificaria a preservação de suas Escrituras, mas essa preservação não foi só por isso. Além disso, eles reconheciam-na ainda como o núcleo básico de sua fé ampliada em Jesus. O NT apresenta com muita freqüência o AT como a base para a fé cristã. (SOARES, Ezequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, CPAD, 2003, p.23-4). Paulo citando Oseias e Isaías, reconhece a inspiração e a autoridade divinas de ambos.


(III. CONCLUSÃO)


A Escritura Sagrada classifica os livros proféticos em dois grupos: maiores e menores, que têm sua autoridade escriturística reconhecida por Jesus e seus apóstolos. De uma forma ou de outra todos os profetas se empenharam numa mensagem de restauração e a promessa de uma paz eterna. Essa mensagem tem como objetivo anunciar o Messias, às vezes chamado de Emanuel, Servo do Senhor, Raiz de Jessé, ou seja, Filho de Davi. O principal objetivo da pregação nos tempos apostólicos foi por excelência identificar o Cristo de Nazaré com todos esses títulos.



[1] Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho (Tagaste, 13 de novembro de 354 — Hipona, 28 de agosto de 430), foi um bispo, escritor,teólogo, filósofo e Doutor da Igreja. Uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do cristianismo no Ocidente. Ele aprofundou o conceito de pecado original e desenvolveu o conceito de Igreja como a cidade espiritual de Deus (em um livro de mesmo nome), distinta da cidade material do homem.


[2] O Talmude (hb תַּלְמוּד, Talmud) é um registro das discussões rabínicas que pertencem à lei, ética, costumes e história do judaísmo. É um texto central para o judaísmo rabínico, perdendo em importância apenas para a Bíblia hebraica.


[3] Acrônimo ou sigla, é uma palavra formada pelas letras ou sílabas iniciais de palavras sucessivas de uma locução, ou pela maioria destas partes. A palavra acrônimo deriva do grego: άκρος, "extremo" + ὀνομα, "nome"). ὀνομαστική. O acrônimo é pronunciado como uma palavra só, respeitando a estrutura silábica da língua.


[4] O termo ‘apócrifo’ foi cunhado por Jerônimo, no quinto século, para designar basicamente antigos documentos judaicos escritos no período entre o último livro das escrituras judaicas, Malaquias e a vinda de Jesus Cristo. São livros que não foram inspirados e que não fazem parte de nenhum cânon.


[5] Pseudepigrafia (do grego ψευδεπιγραφία) é o estudo dos pseudepígrafos ou pseudo-epígrafos, que são textos antigos, aos quais é atribuída falsa autoria.


APLICAÇÃO PESSOAL





Deus considera a fé dos crentes, hoje, maior do que a daqueles que viram e ouviram Jesus pessoalmente, até mesmo depois da sua ressurreição. Os crentes de hoje, embora nunca o tenham visto, amam-no e crêem nEle pelo que nos é revelado nas Escrituras Sagradas: ‘Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada’ (1 Pe 1.10). Conforme disse Jesus, há uma bênção especial para ‘os que não viram e creram’(Jo 20.29). Vivendo por fé, recebemos a alegria como um dom de Deus para nós (Sl 16.11; Jo 16.24; Rm 15.13; Gl 5.22).

Os anúncios proféticos estão, em geral, direcionados para algum momento no futuro do povo ou da comunidade, em razão do que são entendidos como escatológicos. Não se trata, porém, de um juízo final da história, mas do anúncio de uma intervenção divina na realidade histórica, entendida como o ‘dia de Yahveh’ (Am 5,18-20), no qual a divindade promoveria transformações substanciais na história do povo. Essa intervenção divina é entendida por alguns profetas como historicamente mediada, por exemplo através de uma potência estrangeira (Assíria ou Babilônia), afirmada como braço estendido de Deus para julgar o povo (Is 10,5; Jr 36). De uma forma geral, a opressão dos pobres, viúvas, órfãos, a violência contra os humildes e o desprezo do direito divino (mishpat) e da justiça (sedaqah) são apresentados como motivos para o anúncio do juízo divino.

Anannias e Safira (At 5.1-11) foram um modelo negativo, um exemplo de como Deus vela pelo cumprimento de sua Palavra. Pela hipocrisia de Ananias, Deus trouxe o castigo merecido; uma resposta imediata, severa e final. ‘Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votares e não cumprires.’ (Ec 5. 4,5), Conferir também Dt 23.21-23). Deus leva a sério a pureza da igreja. Essa foi uma lição precoce e inesquecível acerca de como Deus vê o pecado na comunhão dos crentes. Em essência, Deus estava dizendo: ‘Eu não estou brincando de igreja; não brinco com pecadores; não estou interessado em ser amigável. Desejo retidão, verdade e corações sinceros’. Com isso, Ele testemunhou estar realmente falando com sinceridade. A igreja não é um ‘clube’ social. O resultado desse episódio foi: ‘E sobreveio grande temor a toda a igreja’ (At 5.11). Naquele dia houve um cuidadoso auto-exame entre todos os que estavam ligados à Igreja de Jerusalém. Muita gente, para agradar o próximo e ter sua aprovação, sacrifica sua fé, suas convicções e age contrariamente à Palavra. Os tais estão prontos para juntar-se à maioria (cf. Dn 11.32,34) e ficar ao lado da opinião dos grandes ou das massas. O crente não pode obter vitória sobre o receio dos homens e o desejo de reconhecimento da parte deles sem a fé (1 Jo 5.4); a fé que vê a Deus, a Cristo, o céu, o inferno, o juízo e a eternidade, como realidades básicas (Ef 3.16-19; Rm 1.20; Hb 11). Esse alicerce é fortalecido pelo escrutínio sistemático das Sagradas Escrituras. Em Romanos 10.17: ‘A fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus’, e o mesmo texto diz: "16 Mas nem todos têm obedecido ao evangelho; pois Isaías diz: SENHOR, quem creu na nossa pregação? 17 De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. 18 Mas digo: Porventura não ouviram? Sim, por certo, pois Por toda a terra saiu a voz deles, E as suas palavras até aos confins do mundo. 19 Mas digo: Porventura Israel não o soube? Primeiramente diz Moisés: Eu vos porei em ciúmes com aqueles que não são povo, Com gente insensata vos provocarei à ira. 20 E Isaías ousadamente diz: Fui achado pelos que não me buscavam, Fui manifestado aos que por mim não perguntavam. 21 Mas para Israel diz: Todo o dia estendi as minhas mãos a um povo rebelde e contradizente’. É preciso compreendermos não só a organização dos livros proféticos mas, de toda a Bíblia, a fim de que tenhamos uma base sólida para prosseguir na carreira que nos foi proposta. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas!

N’Ele, que me leva a refletir: "Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.” (Rm 10.4),

Francisco A Barbosa

auxilioaomestre@bol.com.br


BIBLIOGRAFIA PESQUISADA


- Lições Bíblicas 3º Trim – Livro do Mestre – versão eletrônica, CPAD (http://www.cpad.com.br);

- Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD;

- MacArthur, John. Com Vergonha do Evangelho, Editora Fiel, 1997;

- Bíblia de Estudo de Genebra, São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e SBB, 1999;

- Bíblia de Estudo Plenitude, SBB, p. 852

- Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Editora Objetivo, Rio de Janeiro, 2001

- SOARES, Ezequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, CPAD, 2003, p.234;

- Bíblia de Estudo Plenitude, SBB;

- http://www.slideshare.net/gotchalk/profetismo;

- Imagem: (Isaiah's_Lips_Anointed_with_Fire.jpg).
Postado por GERMANO DE PONTES às 18:03

A melhor maneira de se descobrir um cristão fake


Recentemente assisti a uma entrevista de um blogueiro que criou uma personagem fake, com o objetivo de ridicularizar os evangélicos. Segundo ele, mais de trinta mil pessoas visitam diariamente seu blog, e mesmo com toda a zoação (abuso de clichês, palavras chulas e situações pouco prováveis para um cristão), muitos acreditam que tudo aquilo é real.


Como esta personagem, há milhares de fakes circulando na internet, alguns tão sutis que é quase impossível dar-se conta de que não sejam pessoas reais.


Pior do que os fakes cibernéticos, são os de carne e osso que circulam nossas igrejas e nossas vidas, fazendo-se passar por aquilo que não são. Como reconhecê-los? Será que existem pastores fakes? Gente que sobe ao púlpito descaradamente, fingindo ser o que não são? Infelizmente a resposta é sim. Não dá pra confiar em tudo o que vemos e ouvimos.


Também recentemente, um pastor brasileiro que tem sido convidado para pregar fora do País, foi desmascarado, por usar dados do perfil do Orkut das pessoas como se fossem revelações dadas por Deus.


Até quando seremos enganados por esses fakes?


Como perceber que alguém é o que de fato diz ser? Como saber se aquela pessoa realmente teve um encontro com Deus?

Uma sociedade baseada em aparência, facilmente se deixará enganar por aqueles que ostentam uma piedade de fachada. Basta que o sujeito use meia dúzia de jargões religiosos, e pronto. Já enganou metade das pessoas do seu convívio.

Escrevendo a Tito, Paulo denuncia os que "professam conhecer a Deus, mas negam-no pelas suas obras, sendo abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra" (Tt.1:16).

Discursar sobre teologia não significa conhecer a Deus. Tive um professor no seminário que se dizia ateu. E aí?

Tempo de casa também não significa nada. Conheço gente que abraçou a fé há tão pouco tempo, mas que já conhece a Deus com mais profundidade do que alguns que nasceram e foram criados no ambiente da igreja.

Então, como podemos inferir se alguém conhece ou não a Deus, ou ainda, se é um cristão legítimo ou um fake? Do ponto de vista de Deus, não há qualquer problema. Afinal de contas, "O Senhor conhece os que são seus" (2 Tm.2:19a). Mas do ponto de vista do lado de cá, só há uma maneira de saber quem de fato conhece a Deus: "Qualquer que profere o nome do Senhor aparte-se da injustiça" (v.19b).

Vamos tentar entender melhor isso através de uma passagem não muito conhecida do Antigo Testamento:

"Eram os filhos de Eli, filho de Belial; não conheciam o Senhor" (1 Sm.2:12).

Como pode alguém ser filho do Sumo-sacerdote, e não conhecer a Deus? Nem sempre filho de peixe, peixinho é. Embora fossem filhos de Eli, aos olhos de Deus eram filhos de Belial (nome usado no AT em referência a Satanás).

Como o escritor sagrado chegou à esta conclusão? Vejamos o relato:

"Ora, o costume desses sacerdotes para com o povo era que, oferecendo alguém um sacrifício, estando-se cozendo a carne, vinha o moço do sacerdote com um garfo de três dentes na mão ( o famoso ‘tridente’). Metia-o na caldeira, ou na panela, ou no caldeirão, ou na marmita, e tudo o que o garfo tirava, o sacerdote tomava para si. Assim faziam a todo o Israel que ia a Siló”(vv.13-14).

Este era o meio de subsistência dos sacerdotes. Eles se dedicavam integralmente ao culto, e dependiam das ofertas para sobreviver. Porém, havia um protocolo a ser seguido.

“Mas antes mesmo de queimarem a gordura, vinha o moço do sacerdote e dizia ao homem que sacrificava: Dá essa carne para assar ao sacerdote; ele não aceitará de ti carne cozida, senão crua. Se lhe respondia o homem: Queime-se primeiro a gordura, e depois tomarás o que quiseres, então ele lhe dizia: Não, hás de dá-la agora; se não, tomá-la-ei à força. Era muito grande o pecado destes moços perante o Senhor, pois desprezavam a oferta do Senhor” (vv.15-17).

De acordo com o protocolo, a carne dos animais sacrificados deveria ser colocada no caldeirão, até que a gordura se queimasse, e assim, o sacerdote meteria seu garfo e retiraria a sua parte. Mas a gordura tinha que queimar.

Os filhos de Eli não tinham paciência de esperar que a gordura se queimasse. A gordura representava a melhor parte, e esta pertencia ao Senhor. Mas eles não se satisfaziam com a parte que lhes cabia no caldeirão.

Eles foram enredados pela mesma proposta feita pela serpente ao primeiro casal no Éden. Abocanharam o que pertencia exclusivamente a Deus.

Quem conhece a Deus, ama a justiça e foge da injustiça.

Justiça é dar a cada um o que lhe é de direito. A Deus o que é de Deus, a César o que de César, ao empregado o que é direito seu, ao patrão, idem, ao cônjuge a sua parte (1 Co.7:3-5), e assim por diante.

Em vez de lutar por lucro, quem conhece a Deus luta por justiça. Não importa quem vai ficar com a melhor parte do bolo, desde que isso seja justo.

Nas palavras do apóstolo, “dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo, a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. A ninguém devais coisa algum, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros” (Rm.13:7-8a).

Dar honra é o inverso de querer tirar vantagem.

O que denunciava que os filhos de Eli eram na verdade “filhos de Belial”, e, portanto, sacerdotes fakes, era o fato de quererem tirar vantagem em tudo, até daquilo que pertencia ao Senhor.

É claro que temos direitos, porém o direito alheio vem sempre em primeiro lugar. Temos que esperar a gordura queimar, para tirar o que é nosso. É disso que Paulo fala em Romanos 12:10: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-os em honra uns aos outros.” Ser cordial é ceder a vez, é por o interesse do outro acima do nosso, como nos orientou Paulo em outra passagem: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade, cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Fp.2:3-4).


Sempre haverá um caldeirão diante de nós, e nossa postura ao metermos nosso garfo vai revelar de quem somos filhos.


É simples assim:




“Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do diabo: quem não pratica a justiça não é de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão” (1 Jo.3:10).